Eu não achei o título correto
Eu não acredito que engasguei a verdade. Eu procuro outros sistemas, outras formas de conter. Eu não acredito que eu te deixei com o fato. Com o trato, o acordo, o não dado. Eu ainda estou fadada ao erro, a essa rotina, que me consome e ao mesmo tempo me fascina. Eu revivi minhas asas, voei, vivi, e nas batidas do relógio do meu pulso eu adormeci. Nesses lençóis quentes de suor, nessa tua língua enrolada com o meu nome. Nesse viés que não é a tua sorte. Nessas mãos que me jogam longe. E me apertam. E te devoram a carne. Não tenho esperanças de um dia em que tudo se encaixe, e eu te diga que está tudo certo. Eu temo. Nosso ser imperfeito, que pulsa durante a música e os gritos. Eu temo. Eu temo que eu sinta que nada disso houve sentido. Me deixa ser má, crescer, envelhecer, desistir. Me deixa ser. E me resgata. Me perdoa. Me envolve. Me deixa te crer.