"Me diz se é em vão todo o esforço, a dedicação"*

Das vezes que fui mais esperta que isso que ocorre aqui, eu me fudi. Em todos os sentidos da palavra.
Eu não pude correr atrás das respostas para as perguntas que cutucavam minha cabeça mas que nunca foram pronunciadas, não por medo e sim por falta de chances.
Oportunidades são aquelas que não devem ser perdidas, e eu nunca as tive, eu lembraria se tivesse tido alguma!
E quando falei algo, eu fui esquecida, por mim e pelos outros, porque o álcool estava presente.
Me fiz de desentendida, de estúpida, de brincalhona. Sendo que nada sou disto.
Nada sou dessa frescura que cerca os lábios em sorrisos, nada sou destes diálogos fúteis que só me servem pra querer me afastar dessa humanidade que segue esse padrão ridículo.
Não me sinto diferente de tudo isso, me sinto perdida entre as ruas, nos ônibus, nas bibliotecas, nas salas de aulas, nos computadores e nesse maldito celular que só faz vibrar, mas ninguém liga.

Eu cortei o cabelo, aquelas pontas pretas estavam realmente me incomodando, porque todo o loiro maldito do cabelo estava voltando, nenhuma maldita tinta fica, só aquele preto.
Eu não alarmei, eu só achei que aquilo faria algum sentido.
Não fez.

Eu quis participar da panelinha, do clubinho, e simplesmente não consegui me imaginar ali.
Não dá.
Não consigo.
Tudo é alien pra mim. E eu não quero ser falsa, não com faces que parecem tão somente ser sinceras, mas com pouca profundidade.
É. Talvez eu julgue demais tudo ao meu redor. Mas a misantropia as vezes ataca, ataca meus braços, meu cérebro e, principalmente, minha boca ( eu solto grunhidos involuntários enquanto reviro os olhos sem querer ).
E eu até peço desculpas por isso, deve ser este o motivo pelo qual a aversão a meu rosto, a minha pessoa, é tão grande. Sim.

Não tem como encerrar esse apelo por : QUANDO É QUE EU VOU ME SENTIR MENOS PERDIDA E CONFUSA DENTRO DE MIM MESMA?

Não tem solução.
O que resta é aquele velho vinho barato - que não tem nada de vinho - e uma roda de pessoas conhecidas, só pra tirar aquelas velhas perguntas da cabeça.




* A marcha do mundo - Display

Comentários

  1. Acho que todo mundo se sente perdido dentro de si mesmo, pelo menos, eu me sinto. Algumas vezes questiono quem estou sendo, o que estou fazendo e os motivos pra eu pensar/agir da maneira como penso e faço as coisas. É perturbador porque pareço desconhecer a mim mesma, algumas vezes. Mas acredito que isso me faz bem em um certo ponto, quanto reflito sobre o que está errado e o que acho certo. Mas uma coisa eu aprendi: não se force à nada. Não vale à pena soar falsa consigo mesma, principalmente.

    Beijos ;}

    ResponderExcluir
  2. E os demônios despertam de seus sonos! Aliás, eles algum dia dormiram de fato?!

    Se se reflete a fundo sobre a vida em sociedade, descobre-se a obviedade de seu mecanismo. Descobrindo-se o mecanismo, é difícil manter-se como um motor que se auto conduz sem se perguntar "para quê?". Festas, diversão, faculdade, trabalho, felicidade, roupas, objetos, auto estima. Para quê? Essa pergunta acaba com tudo, por que a resposta é óbvia: para continuar se auto conduzindo, como manda a bula.

    Penso comigo: ok, agora eu entendo pq existe a necessidade de vestir um personagem diferente para cada situação. Entendo que se faz necessário simular sorrisos, encenar interesse, estipular metas. Faz-se necessário pq sem isso a vida se torna impraticável! Sem isso a gente vira um vegetal que se deita na cama todo dia e só deseja não acordar para enfrentar toda essa maldita obviedade. Sem isso a gente passa os dias julgando a vida como se ela devesse alguma pra gente.

    Ninguém mais é profundo! E isso é um saco. Mas eu cheguei à conclusão de que ninguém é obrigado a ser profundo. Algumas pessoas só precisam seguir o roteiro em paz! Se sou assim, melancólico, quase misantropo, problema meu! Se tenho a necessidade de dissecar a vida até o último tecido pra ver se extraio algum sentido e mesmo assim não encontro, azar o meu! O mundo não tem culpa. As pessoas não têm culpa... Se minha natureza é essa, ou se o ambiente me tornou assim, eu tenho que lidar com isso, se não com ajuda, sozinho mesmo.

    Pois bem, que mal há em se trair de vez em quando? Que mal há em assistir ao programa pânico e dar risada daquelas tolices todas? Que mal há em aceitar fazer parte do teatro social, mesmo que isso não faça parte da sua natureza? Bom, se realmente a gente achar que há algum mal, que não os façamos! Mas que não gritemos ao mundo "quando chegará a minha vez?!", pq ela não chegará, a não ser que façamos algo a respeito.

    O meu recado pra mim mesmo sempre é: aceita que dói menos. Aceito que as pessoas são diferentes; aceito que a vida não vai me presentear com um futuro menos frustrante; aceito que mesmo que minha arrogância diga que mereço mais, eu não mereço porcaria nenhuma, porque sou apenas mais um; aceito que quando pergunto "por que eu?", na verdade eu deveria perguntar "por que não eu?"; aceito que às vezes terei que me trair um pouco pra fazer parte do jogo, pq o homem já era um ser social antes de eu existir; aceito que mesmo tendo minha própria visão de mundo, ninguém é obrigado a pensar ou a sentir igual; aceito que já que chorar não deu certo, preciso tentar outra estratégia; aceito que aceitar esse tanto de coisa não é conformismo, mas bom senso.

    Desculpa pelo textão, mas é que às vezes eu me identifico tanto contigo que fico querendo compartilhar as situações pelas quais já passei e que podem servir de alguma forma...
    É difícil saber o que se passa contigo só lendo um pequeno desabafo, mas o máximo que eu posso fazer é interpretar e comentar minhas impressões. Então não repara se eu não tiver acertado nada haha. Eu, com toda sinceridade, só espero que vc se saia bem!!

    Abraço!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. A verdade é que eu falei mais pra mim nesse comentário do que pra você. Desculpe o egocentrismo.

      Excluir
    2. <3 não tenho o que dizer. rsrs, só sei que foi lindo.

      Excluir

Postar um comentário

NÃO FAÇAM PROPAGANDAS AQUI !
Desde já, agradeço sua iniciativa para comentar.