Eu não achei o título correto

Eu não acredito que engasguei a verdade. Eu procuro outros sistemas, outras formas de conter.
Eu não acredito que eu te deixei com o fato. Com o trato, o acordo, o não dado.
Eu ainda estou fadada ao erro, a essa rotina, que me consome e ao mesmo tempo me fascina.
Eu revivi minhas asas, voei, vivi, e nas batidas do relógio do meu pulso eu adormeci.
Nesses lençóis quentes de suor, nessa tua língua enrolada com o meu nome.
Nesse viés que não é a tua sorte.
Nessas mãos que me jogam longe.
E me apertam.
E te devoram a carne.

Não tenho esperanças de um dia em que tudo se encaixe, e eu te diga que está tudo certo.
Eu temo.
Nosso ser imperfeito, que pulsa durante a música e os gritos.
Eu temo.
Eu temo que eu sinta que nada disso houve sentido.

Me deixa ser má, crescer, envelhecer, desistir.
Me deixa ser.
E me resgata.
Me perdoa.
Me envolve.
Me deixa te crer.

Comentários

  1. Oi, sou muito apaixonada por este tipo de escrita onde as palavras parecem dançar e se encaixar perfeitamente. Onde a história surge, sem começo e sem fim, apenas joga ao leitor aquele breve momento em que tudo parece instantâneo e intenso!
    Parabéns e ótima semana!
    Seguindo...

    jaynnesantos.blogspot.com.br

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