feel myself

Situações que eu desconhecia e não passei.
Das quais eu me sentia do outro lado.
Eu nunca soube como dizer não sem machucar,
e então eu abria minhas feridas.
Me tornei uma pessoa ruim, que diariamente acha que se perde e só faz mal e momentaneamente tenta se amar e amenizar todo esse constante auto desprezo

Cada parte do meu corpo tem uma história.
Todas as curvas, linhas e marcas.
Esse contorno mutável e volúvel.
Que horas agrada e em milhares de outras desagrada.

Eu continuo buscando um descanso de tanta cobrança.
Recheio meus pensamentos com a vida de outros, com músicas, toques, histórias fantasiosas dos livros na minha estante.

E então eu recebo o amor dele.
Parece uma aura e abarca todo o meu ser.
Quantas vezes durante o dia eu questiono se eu mereço.
Meu peito dói por eu ter mentido pra mim mesma tantas vezes falando que tudo estava bem.

Nada em meus olhos pareciam reais.
Meu rosto complexo, envelhecido e disperso.

Como eu encontro beleza nisso que encaro todos os dias se o que mais faço é me esconder?

Parece que dei um passo a frente me encontrando e dez pra trás cada vez que digo que me odeio.

Como posso crer no que recebo se eu mesma me privo disso comigo mesma?

Não consigo encontrar meu equilíbrio.
E eu tenho, sou obrigada, a conviver comigo.

Essa pessoa rude, silenciosa, procrastinadora e fadada a acreditar no fim.

Como eu ainda posso amar tanto o outro ao me receber, mas ainda assim fechar minha cara ao me ver acordando?

Todo dia parece e é meu recomeço.
Mas eu só falho.
Me perdoa.

Sim, me perdoa, todos os dias, me perdoa por ser tão má com você e viver em você.

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